A partir de 1936, lançavam-se os primeiros
serviços de valor acrescentado: transmissão de desafios
de futebol e de festas e concertos, serviço informativo,
despertar e serviço de horas. Embora apenas com recurso à
telefonia vocal, desenhava-se o futuro das telecomunicações,
passando do telefone como aparelho de uma só função
para um múltiplo conjunto de actividades que incluem a
transmissão de voz, som, dados e imagem, assim como a entrada
na indústria dos conteúdos, indicando convergências
com outros sectores, como veremos no segundo episódio desta
História.
(2) HISTÓRIA DAS TELECOMUNICAÇÕES EM
PORTUGAL (JULHO DE 1998)
No texto anterior, abordámos
as principais linhas de desenvolvimento das telecomunicações
entre a década de 1880 e meados dos anos de 1930. Durante
esses cinquenta anos, a telefonia vocal cresceu em número de
clientes e em qualidade, e preparou-se para novos desafios
tecnológicos e comerciais.
A comunicação através de telex e
cabo submarino conheceu uma forte expansão, a cargo dos CTT e
da Rádio Marconi (fundada em 1925). Por um lado, os contactos
familiares ampliaram-se, por telefone e telegrama; por outro,
difundiu-se o uso das telecomunicações nos negócios
e na divulgação de informação através
das agências noticiosas. O parque de acessos telefónicos
aumentou vertiginosamente, abrangendo quer zonas urbanas quer regiões
rurais (1935-1995), conforme o gráfico:
Após a estagnação sentida na
segunda guerra mundial (1939-1945), o consumo de telecomunicações
atingiu níveis elevados, consolidados nas décadas de
1950, 1960 e 1970. As redes telefónicas foram sendo
automatizadas em todo o país e ilhas, processo que ficou
concluído no ano de 1985. Começou a preparar-se a
digitalização da comutação telefónica,
arrancando as primeiras centrais telefónicas digitais em 1987,
em Lisboa (Carnide) e Aveiro.
Serviços de telecomunicações
Equipamentos, redes, serviços e
conhecimentos técnicos sofreram uma evolução
ímpar. Se, nas primeiras décadas, foi possível
estabelecer uma cronologia muito precisa sobre os acontecimentos e as
tecnologias, com o correr dos anos, os variados aspectos tornaram
mais complexos e minuciosos os marcos históricos.
Na transmissão, passaram a coexistir gerações
diferentes de redes, com recurso ao cabo de cobre, à fibra
óptica e à rádio. A transmissão deixou de
ser exclusivamente analógica e passou a incorporar tecnologias
SDH e ATM. Na comutação, o trabalho manual da
telefonista foi substituído por centrais automáticas
electromecânicas e, depois, digitais. O acesso das redes de
diferentes operadores e serviços obrigou a entendimentos entre
fornecedores de equipamentos, operadores e utilizadores (débitos,
protocolos).
Personalização, gestão e oferta de
múltiplos produtos, foram palavras que entraram na linguagem
corrente das telecomunicações. À ideia de um
único serviço, o do telefone, sucedeu a realidade da
panóplia de serviços adaptados a cada cliente, acabando
com os monopólios. Com a oferta de múltiplos serviços
nasceram novos saberes e profissões: o mundo das
telecomunicações acabou com o técnico
generalista e criou especializações.
Ao longo de cerca de 150 anos de telecomunicações
(incluindo rádio, televisão, computadores e
multimedia), os inventos, as aplicações e os
serviços nunca pararam, conforme se observa no quadro:
As telecomunicações passaram a trabalhar
num contexto de operadores em regime de concorrência,
abrangendo a telefonia, os dados, os telefones móveis, a
televisão e o multimedia. Em Portugal, a Telepac
começou a sua actividade em 1985, liderando desde então
o mercado de dados e Internet. O seu produto "Netpac" tem
conhecido um enorme sucesso. Três anos depois, apareceram os
primeiros telemóveis. O equipamento era pesado, fixo em
automóveis, caro e com um raio de comunicação
muito limitado. De um operador (TMN) passou-se a três (Telecel
e Optimus, o último licenciado em 1997). Dos produtos com mais
adesão junto do mercado destacaram-se o Mimo (TMN) e o
Vitamina (Telecel).
Quanto à televisão por cabo, a TV Cabo
Portugal arrancou em 1994, com a arquitectura da rede,
comercializando os serviços em 1995. A oferta de variados
canais temáticos tem vindo a crescer. O ano de 1994 foi ainda
aquele que assistiu à criação da Portugal
Telecom, resultado da fusão das anteriores operadoras de
telecomunicações nacionais.
(3) OS COMPUTADORES E AS TELECOMUNICAÇÕES (AGOSTO
DE 1998)
A investigação e desenvolvimento, a
convergência de sectores como as telecomunicações
e o entertainment, a história e o acontecimento sobre
telecomunicações são assuntos, entre outros, que
nos propomos explorar.
Os computadores e as telecomunicações
Nas últimas décadas, os computadores
alteraram a vida tanto na empresa como no lar. Uma série
múltipla de equipamentos rodeia-nos: televisor, rádio,
vídeo, telefone com atendedor de chamadas, fax e computador.
Em termos de informação recebida, a evolução
foi rápida: se, no tempo dos nossos pais, o jornal era o
principal meio, actualmente a rádio e a televisão
inundam-nos com mais notícias e entretenimento. Rapidez,
fiabilidade e versatilidade destes meios associam-se à
qualidade de transmissão das telecomunicações.
A idade do infomedia, dos meios de
informação interactivos, alterou os nossos hábitos.
Da conversa em volta da mesa passou-se para o consumo de imagens de
televisão e o digitar do teclado de computador, em busca de
novos horizontes e ideias. A noção do acontecimento
presencial, ocorrido num único sítio e tempo, deu lugar
à comunicação virtual: podemos falar para longe
(via telefone e correio electrónico), podemos falar com outro
tempo (as bases de dados residentes num computador estão
sempre prontas a actualizar a nossa informação).
As velhas ferramentas dão lugar a outras mais
recentes. Ao fonógrafo sucedeu o gira-discos e, mais
recentemente, o leitor de discos compactos. A rádio, ouvida
outrora em onda média, transmite-se em frequência
modulada e, proximamente, em DAB (Digital Audio Broadcasting). O
velho televisor a preto e branco desapareceu da nossa memória
e, qualquer dia, o aparelho a cores é substituído por
um equipamento de alta definição ou écran plano.
O computador saltou do 286, 386 ou 486 para o Pentium, no espaço
de pouco mais de meia dúzia de anos.
No aparecimento dos novos media, a luta trava-se
intensamente em torno dos standards das máquinas de
comunicação. Hoje, algumas baseiam-se no ecrã de
televisão, mas a maioria aposta nas plataformas de
computadores pessoais. Se o uso dos aparelhos de televisão
pareceu o modo mais rápido de avançar com os novos
media, dada a sua maior penetração relativamente
aos computadores, há hoje uma base encorajadora de
computadores instalados. Uma estatística de Agosto de 1995
indicava que, só nos Estados Unidos, estavam ligados a
serviços multimedia 8 milhões de computadores
pessoais. Como estes têm um uso mais interactivo que a
televisão, vista como fonte de lazer e de maior descontracção,
o aumento de aquisições de computadores disparou. Em
termos de consumo, enquanto a televisão é utilizada
fundamentalmente no seio familiar, o uso do computador pessoal e das
tecnologias de informação apresenta um carácter
mais universal. Além disso, a resolução gráfica
de um computador pessoal permite obter melhores imagens do que um
aparelho de televisão, o que estimula os seus utilizadores.
Comparem-se as existências de três dos meios
de comunicação mais usados actualmente em alguns
países, incluindo Portugal (aparelhos por 100 habitantes;
dados da UIT, 1994):
Se os valores de aquisição de televisores
ou equipamentos telefónicos tendem a estabilizar, nota-se uma
alteração profunda em termos de diversidade de serviços
oferecidos e mudança de perfis de consumo. Tal é
visível nos telefones móveis, nos computadores
pessoais, nas ligações de televisão por cabo e
de acessos à Internet, que registam uma tendência para
uma grande expansão.
Os equipamentos informáticos - até há
pouco fechados em si, e com um único utilizador por máquina
-, ligam-se à rede telefónica (Internet), acompanhados
pela maior articulação nos standards de
televisores e computadores, o que explica como as transformações
tecnológicas têm um grande impacto na sociedade em que
vivemos.
(4) INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, ROBÓTICA E LITERATURA
(OUTUBRO 1998)
Em 4 de Julho de 1997, a sonda americana Mars Pathfinder
aterrava em Marte, começando a transmitir para a Terra
impressionantes imagens. Dois dias depois, um pequeno robot
móvel, o Sojourner, rolava na superfície daquele
planeta e enviava novas imagens, informações químicas
e dados meteorológicos, num total de 2,5 milhões de
bits de informação.
Cumpria-se um sonho na navegação
interplanetária. A astronáutica, a robótica e as
telecomunicações, entre outras áreas de
trabalho, haviam tornado possível tal concretização.
A estrela da viagem foi, sem dúvida, o pequeno robot. A
aventura de máquinas inteligentes, associada ao pensamento
científico e racional no ocidente, começou há
muito tempo. O seu aparecimento e desenvolvimento seguem de perto as
efabulações da literatura e remontam à Grécia
clássica, se não antes.
Relógios
e criaturas
O controlo do tempo e do movimento e a criação
da vida foram sempre objectivos essenciais para vencer a natureza. O
relógio organiza o fluxo do tempo. Se os primeiros relógios
foram hidráulicos (clepsidras), os seguintes adoptaram
tecnologias mecânicas e os actuais recorrem à
electrónica. Os relógios mecânicos faziam-se
acompanhar, com frequência, por cenas ou figuras humanas. Para
além da hora e do minuto, indicavam o dia, o mês e até
as estações do ano, com figuras em movimento que
tocavam campainhas e gongos. Os ponteiros dos relógios actuais
correm por cima de imagens e paisagens.
O tempo e o movimento associaram-se aos autómatos,
sendo o séc. XVIII o período áureo destes
mecanismos. Em 1748, o médico La Mettrie publicou a obra
intitulada O homem-máquina. Para ele, "o corpo é
apenas um relógio, mas imenso, e construído com tanto
engenho e habilidade".
Dos autómatos mecânicos, o homem saltou
para a máquina com vida. Por inúmeras vezes, a
literatura fantástica descreveu a metáfora do ser
artificial vivo. Um dos mitos literários mais antigos é
o de Pigmaleão, rei de Chipre que criara uma estátua
feminina de mármore, Galateia de nome, e por quem se
apaixonou. Dotada de grande beleza, só lhe faltava falar e
mexer para ser igual a um ser humano. Afrodite, a deusa do amor,
concedeu vida a esta "mulher artificial" e acabou com as
dificuldades do rei. É que as suas esposas não lhe
haviam dado qualquer descendência, causando compreensíveis
problemas.
Na literatura, surgiu o fabrico do homem compatível,
que funciona mas não está dotado de códigos
éticos e morais. Possuía as vantagens do pensamento, da
iniciativa e da palavra, mas sem o referente da liberdade e da
solidariedade, que o cinema conhece com os clones, mutantes ou
replicantes humanos em, por exemplo, Blade Runner.
Já no começo do séc. XIX, Mary
Shelley descrevia, no romance Frankenstein, uma personalidade
artificial. O cientista Frankenstein roubava, de noite, pedaços
de cadáveres para construir um "ser humano" capaz de
agir e pensar, mas o resultado foi uma criatura sem alma e consciente
da sua monstruosidade. A construção do ser vivo atingiu
todo o dramatismo da incapacidade de criação, agora
posta de novo em discussão após a clonagem da ovelha
Dolly.
A cibernética
A ciência e a tecnologia promovem dois tipos de
investigações - a automação e a
cibernética. O controlo do homem através das máquinas
guiadas por opções políticas também foi
tema da literatura do pós-segunda guerra mundial. Dois dos
principais exemplos encontram-se nos livros de George Orwell (Mil
novecentos e oitenta e quatro) e Aldous Huxley (O admirável
mundo novo). A vigilância das actividades pessoais, a
persuasão e a consensualidade à volta dos discursos dos
líderes e dos chefes fizeram parte dos receios destes
escritores, no momento em que a rádio atingia o zénite
como meio de comunicação de massas.
A cibernética ganhou o seu sentido moderno quando
Norbert Wiener escreveu Cybernetics: or control and communication
in the animal and the machine. A cibernética tinha um uso
antigo - a palavra grega kubernan quer dizer "dirigir"
e Platão empregou kubernetike para designar a arte de
pilotagem e de governar - o governante é o que está à
frente, toma decisões e se responsabiliza por elas. Os
sistemas descritos por Wiener compreendem órgãos ditos
soberanos, que integram a informação e tomam
decisões, e escravos, servomecanismos que executam as
instruções.
Wallace e
Shannon construiriam, em 1952, algumas máquinas que procuravam
encontrar o seu caminho através de um labirinto, com um
programa comportando um conjunto de operações (avançar,
voltar, etc.). Um segundo programa, dotado de retroacção,
comandava as operações a realizar face ao efeito da
anterior operação. Possuía ainda um feedback
de acumulação, constituído por uma sequência
de operações vitoriosas. Uma máquina mais
evoluída disporia de diversos sistemas: sensorial, nervoso
central, expressão e motor.
Em 1953, Grey Walter apresentou o livro O cérebro
vivo. Combinando poesia, humor, electrónica e neurologia,
escreveu sobre máquinas capazes de imitar as performances do
organismo vivo. Assim, seres técnicos nasciam ao lado dos
seres vivos. Cinco anos depois, George Simondon, em Du mode
dexistence des objets techniques, reflectiu nas mudanças
produzidas pela era do autómato. Uma operação
técnica complexa exige a utilização de duas
formas de memória: a do homem que, mesmo com muitos
anos de diferença, evoca situações com o mesmo
tipo de significações e sentimentos (ou as altera), e a
da máquina, conservando fielmente os detalhes de uma
qualquer mensagem.
Na transição do modelo mecânico para
o modelo electrónico da informação aceleraram-se
as velocidades de circulação da produção
e da distribuição. Daí o interesse na produção
de um cérebro artificial, combinando a percepção
humana com a velocidade e capacidade de armazenamento e distribuição
de informação. O estudo dos robots representa
uma das direcções fundamentais do trabalho da
inteligência artificial, ciência que pretende
imitar a actividade mental do homem por meio de máquinas
electrónicas (Roger Penrose, A mente virtual, 1998). Os
robots transformam-se em organismos que pensam, comunicam
(telecomunicações, computadores) e têm
comportamentos morais.
Há, contudo, perspectivas pessimistas neste
desenvolvimento. Se, no princípio da década de 1920, o
autor checo Karel Capek criou, na peça R.U.R., a
palavra robot (trabalho), o termo ficou carregado, ao longo
dos anos, de significados e conotações negativas.
Utilizar criaturas artificiais ou clonadas na execução
de trabalhos perigosos ou elaborar e manipular espécies
biológicas podem trazer consequências não
previsíveis para o futuro da humanidade, pelo que toda a
ponderação ética deve ser aplicada.
(5) JORNAIS ELECTRÓNICOS (MAIO DE 1999)
Neste momento, estima-se haver cerca de 117 milhões
de utilizadores da Internet em todo o mundo, entre profissionais e
residenciais (Dennis McQuail e Karen Siune, 1998, Media policy),
com 70 milhões nos Estados Unidos, 23 milhões na Europa
e mais de 7 milhões na Ásia e Japão. A previsão
de 280,7 milhões para o ano 2002 (relatório do IDATE,
editado em finais de 1998) vai ser, certamente, revista em alta,
quando nos aproximarmos desse ano. De entre os principais serviços
utilizados na Internet, contam-se a telefonia, o comércio
electrónico e os serviços de acesso de alta velocidade.
Outra das áreas em crescimento é a dos
jornais electrónicos. Basta ver as páginas da Internet
e consultar as últimas edições do Expresso,
Público ou Diário
de Notícias. Mas a lista de jornais de qualidade ou
populares, revistas e, até, jornais particulares (feitos
artesanalmente, com perspectivas estéticas, políticas
ou religiosas bem vincadas mas sem intuitos comerciais) cresce a um
ritmo impressionante. Este nosso Bits & Bytes é um
bom exemplo de jornal/revista electrónico.
Na informação sobre telecomunicações
- também associadas à informática, às
novas tecnologias e aos media -, surgem jornais electrónicos
de qualidade e informação actual, que devem ser
consultados amiudadamente. Um dos exemplares é o Information
Society Trends, da DG XIII, da União Europeia
(http://www.ispo.cec.be/ispo/press.html).
Na informação divulgada há espaço para o
multimedia, a legislação comunitária, a
vida das empresas e as questões sociais da sociedade da
informação. As notícias são breves e
sintéticas como se impõe a um jornal que se pretende de
leitura fácil e rápida.
Outro jornal que acompanhamos com particular interesse é
o Noticias Intercom, oriundo de um grupo espanhol de
comunicação (http://www.noticias.com).
Distribuído diariamente também no correio electrónico,
o Intercom fornece os últimos dados sobre informática
e telecomunicações. O princípio de trabalho
deste jornal electrónico é simples. Um a dois
redactores recolhem informação em todos os jornais ou
revistas publicados, nomeadamente no mundo de fala hispânica,
sobre as áreas de trabalho objecto da publicação,
e fazem uma versão resumida dos acontecimentos e notícias,
citando a fonte de origem. O Intercom funciona um pouco como o
sistema de recortes de imprensa feito para se saber o que os jornais
dizem sobre a nossa empresa. Tal projecto implica uma leitura atenta
e contínua das notícias e a ligação a
agências de informação especializadas. Assim, no
espaço equivalente a três, quatro ou mais páginas
A4 diárias, um decisor ou técnico de telecomunicações
fica actualizado com a informação sobre a sua área
de actividade.
Um terceiro jornal que consideramos importante para a
recolha de informação é o Edupage.
Boletim trissemanário do "Educause", consórcio
de instituições académicas norte-americanas, tem
uma versão em língua portuguesa a cargo do ministério
brasileiro de Ciência e Tecnologia. Este jornal electrónico,
um pouco na linha do espanhol Intercom, apresenta resumos de
notícias publicadas em diários ou revistas americanos
(subscrição do serviço: enviar mensagem SUB
EDUPAGE-P para listproc@ci.rnp.br).
Há diversas razões para o surgimento
destes jornais especializados. Uma primeira explicação
reside no facto das áreas de trabalho destes jornais serem a
informática e as telecomunicações. Logo, nada
melhor do que veicular as notícias através de meios
electrónicos sofisticados. Como segunda razão,
não há constrangimento de espaço num jornal
electrónico. Devido ao hipertexto (com links para outras áreas
de interesse), permite-se saltar de um texto para outro texto ou
imagem, numa navegação aleatória mas fascinante,
em descoberta de nova informação. Outra razão
reside na possibilidade de negócio permitida por este novo
medium. A Internet é já um meio de comunicação
sólido na publicidade e venda de serviços. Basta pensar
no sucesso da venda electrónica de livros na "Amazon".
Uma quarta razão para o crescimento dos jornais
electrónicos é a multiplicidade de propostas, que vão
de notícias sobre tecnologias a revistas de crítica e
criação literária. Finalmente, o êxito
destes jornais ou netzines, como também lhes chamam,
articula-se com a possibilidade experimental. Novas linhas estéticas
quer nos textos quer nas imagens quer nos grafismos que os acompanham
dão conta de uma jovem geração de agentes
criativos usando a Internet, rede que já começou a ser
designada como quarto medium.
Se os valores de aquisição
de televisores ou equipamentos telefónicos tendem a
estabilizar, nota-se uma alteração profunda em termos
de diversidade de serviços oferecidos e mudança de
perfis de consumo. Tal é visível nos telefones móveis,
nos computadores pessoais, nas ligações de televisão
por cabo e de acessos à Internet, que registam uma tendência
para uma grande expansão.
Os equipamentos informáticos - até há
pouco fechados em si, e com um único utilizador por máquina
-, ligam-se à rede telefónica (Internet), acompanhados
pela maior articulação nos standards de
televisores e computadores, o que explica como as transformações
tecnológicas têm um grande impacto na sociedade em que
vivemos.
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