A TV segmentada no Brasil
hoje
César Ricardo Siqueira Bolaño, Universidade Federal de Sergipe
bolano@sergipe.ufs.br
1999
O
atual modelo comercial da TV segmentada no Brasil é de exclusividade, ou seja,
canais feitos ou empacotados pelas programadoras são restritos a suas operações,
de seus parceiros, afiliadas ou franqueadas. Ao contrário da TV de massa, em
que a regra é a afiliação, na segmentada predomina amplamente o sistema de
franquia. Assim, as programadoras são muitas vezes conhecidas como
franqueadoras, grupos que licenciam uma
marca e distribuem programação. As operadoras franqueadas recebem a programação
e o direito de uso das marcas. A idéia principal que motiva o lançamento de um
pacote de franquias é a impossibilidade de cobertura de todo o mercado com
operações próprias. Os franqueados, além da marca e do conteúdo, têm acesso a todo conhecimento da
infra-estrutura, modelos de vendas, qualificação de fornecedores e marketing. O
franqueado da TVA deve pagar cerca de 2% de seu faturamento. O pacote de
serviços da Net Brasil deve custar de 2,5% a 5% da receita do franqueado,
segundo o Anuário Pay-TV (1999).
O quadro 1 relaciona
as 25 maiores operadoras do País, por número de assinantes. A terceira coluna
apresenta a MSO a que cada uma delas se filia. O termo MSO (Multiple System
Operators) se refere a empresas que controlam mais de uma operação de TV por
assinatura. Eram as seguintes as principais MSO's brasileiras em 1998, segundo
se depreende do Anuário Pay-TV de 1999: Image TV, Globo Cabo, Net Sul, TVA
Sistemas, Canbrás Participações, Canbrás/TVA, Unicabo, Transcabo e TV Filme.
Mas trata-se de um quadro extremamente provisório, tendo em vista o fato de que
nos encontramos ainda em plena fase de implantação do sistema em nível
nacional, através de rodadas sucessivas de licitações para operação de redes de
cabo e MMDS em todo o território nacional.
Assim, em agosto de 1999, a revista Pay-TV dava um
quadro bastante completo das "operações
existentes ou que devem entrar em funcionamento dentro dos prazos previstos
pelos contratos de concessão", o que varia de acordo com a localidade,
mas não devem, em geral, passar de julho de 2000, segundo os autores do
relatório. Não foram consideradas as operações de DTH (direct to home), que têm cobertura nacional, nem aquelas de condomínios
ou não licenciadas, que não são reconhecidas pela ANATEL. Assim, "os critérios utilizados para esse
mapeamento foram basicamente dois: a empresa deve estar outorgada pela ANATEL
ou ter vencido a licitação e manifestado firme interesse em honrar os compromissos"
(Pay-TV, agosto de 1999, p. 27).
Quadro 1
As 25 maiores operadoras do
país em número de assinantes
OPERADORA |
LOCALIDADE |
MSO |
ASSINANTES |
Net |
São Paulo (SP) |
Globo Cabo |
382.447 |
Net |
Rio de Janeiro (RJ) |
Globo Cabo |
232.129 |
TVA |
São Paulo (SP) |
TVA |
168.061 |
Net |
Belo Horizonte (MG) |
Globo Cabo |
121.100 |
Net |
Porto Alegre (RS) |
Net Sul |
114.677 |
TVA |
Rio de Janeiro (RJ) |
TVA |
94.849 |
Net |
Curitiba (PR) |
Net Sul |
59.086 |
TV Filme |
Brasília (DF) |
TV Filme |
57.753 |
Net |
Santos (SP) |
Globo Cabo |
57.300 |
Net |
Campinas (SP) |
Unicabo |
46.297 |
Net |
Brasília (DF) |
Globo Cabo |
41.971 |
TV Filme |
Belém (PA) |
TV Filme |
38.026 |
TVA |
Curitiba (PR) |
TVA |
32.886 |
Canbrás |
ABC (SP) |
Canbrás |
27.592 |
Net |
Goiânia (GO) |
Globo Cabo |
25.300 |
Net |
Florianópolis (SC) |
Net Sul |
23.806 |
Net |
Piracicaba (SP) |
Globo Cabo |
21.400 |
Net |
Recife (PE) |
Globo Cabo |
20.704 |
Net |
Jundiaí (SP) |
Unicabo |
20.329 |
Net |
Ribeirão Preto (SP) |
Globo Cabo |
20.300 |
Net |
Londrina (PR) |
Independente |
18.940 |
Net |
Sorocaba (SP) |
Globo Cabo |
18.100 |
Net |
Caxias do Sul (RS) |
Net Sul |
15.756 |
Image TV |
Uberlândia (MG) |
Lightel |
15.718 |
TV Filme |
Goiânia (GO) |
TV Filme |
15.311 |
Reproduzido do Anuário Pay-TV 1999
O resultado mostra mais de 140 cidades servidas de TV a cabo e MMDS em
todos os estados da União, com exceção de Roraima. Contam-se agora 52 grupos
controlando toas as concessões do país, muitos deles locais. Em Anexo apresento
a relação completa publicada pela revista. Mas trata-se ainda de uma lista
provisória. Já em Setembro, a mesma revista dava conta de que a ANATEL prometia
outras 380 outorgas ainda para 1999. "Prova
destas intenções é o fato de ter colocado em licitação apenas no último mês de
agosto outorgas de TV a cabo para 70 localidades e mais 79 outorgas de MMDS,
que atingem na prática 149 municípios
diferentes. Ou seja, são cerca de 520 possíveis novas operações até o ano
2000." (Pay-TV, Setembro de 1999, p. 8)
O quadro 2
apresenta o conjunto das programadoras do País e os canais programados por cada
uma no final de 1998. Note-se que não há necessariamente coincidência entre a
filiação a uma MSO (coluna 3) e a relação com uma das grandes
programadoras/franqueadoras (coluna 1). Esse fenômeno demonstra a assimetria
existente entre esses dois tipos de agentes. Do lado da oferta, temos uma
estrutura oligopólica nacional, muito mais concentrada e estabilizada desde
1995, como apontei em outro artigo (Bolaño, 1998), ao definir um conceito de
"multiplicidade da oferta", que marcaria uma nova fase de
desenvolvimento da televisão brasileira, segundo havia proposto Brittos (1998),
como aquele momento em que a TV segmentada já se estrutura como oligopólio
nacional em concorrência com a TV de massa.
A história da TV segmentada no Brasil, contada por
Duarte (1996) , deixa muito clara a existência de um período anterior em que a
mesma se organizava, assim como ocorreu com a TV de massa até 1965, em bases
locais e não oligopólicas. O acompanhamento da evolução recente do mercado em
exame nos mostra que, em 1995, a lei da TV a cabo viria a referendar o
poderio das duas principais empresas do
setor, que haviam-se lançado num processo acelerado de aquisições nos dois anos
anteriores, chegando a constituir praticamente um duopólio na programação,
agora nacional, ao mesmo tempo em que assumiam também uma posição hegemônica no
concernente ao mercado das operadoras locais, onde a concentração, de qualquer
forma, é menor e, nesta fase de constituição do mercado através dos processos
de licitação da ANATEL, tende a desconcentrar-se ainda mais, abrindo espaço
para eventuais processos futuros de reconcentração e de entrada de possíveis
concorrentes nacionais ou internacionais, inclusive no mercado das
programadoras/franqueadoras.
Brittos (1999) chama o período de 1993 a 1994 de “fase
da ordenação” e divide todo o período anterior, da primeira solicitação de
autorização (negada) em 1974, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
até a entrada da TVA, em 1991, após adquirir, em 1990, o controle do Canal+ e
do Super Canal, do empresário Mathias Machline, o primeiro capital de maior
vulto que entra no mercado em 1989; da Globosat, da RBS, da Multinacal e da
Pluralsat, todas também em 1991, e os rearranjos efetuados em 1992, com a
expansão da RBS no Rio Grande do Sul e o reposicionamento da Globo, em duas
fases: a do “pré-mercado” (experimental e sem amparo legal) e a de pulverização,
iniciada em 1988, com os primeiros diplomas legais, que permitiram a expansão
dos sistemas chamados de DIS-TV (distribuição de sinais de Tv por meios
físicos).
O fato é que, com o processo de outorga interrompido em
1991 e as autorizações paralizadas, Globo e Abril dedicaram-se, entre 1993 e
1994, a adquirir operações de caso e MMDS de terceiros. Além disso, Globo, RBS
e Multicanal uniram-se, formando a Net-Brasil, que ficou com a distribuição e
operação de canais, cabendo à Globosat a programação, enquanto que a TVA
dividia suas atividades em TVA programadora e TVA distribuidora, associando-se,
ainda, ao Chase Manhattan Bank. Por outro lado,
“ao programar canais exclusivos,
associar-se a eles ou distribui-los, Globo e Abril diferenciaram seus produtos,
constituindo uma barreira [à entrada] preponderante ... Os canais Globosat
foram reforçados, enquanto o line-up da Net somou produtos de outras
programadoras. A TVA seguiu o caminho, além do mais, lançando o HBO Brasil,
resultado da união entre TVA, Warner Bros., HBO, Sony Pictures e OLE
Communications ... A partir de 1994 algumas participações de grupos argentinos
foram vendidas para a Globo, RBS e Multicanal, que se tornou a maior operadora
de cabo do país ... Houve um salto quanto à quantidade de assinantes ...,
passando de 250 mil, em 1993, o primeiro ano do qual se possui esse tipo de
dado, para 700 mil, em 1994” (Brittos,
1999, p. 11 e seg.).
Estamos todos de Acordo, portanto, com que o período de 1993 a 1994 foi de acelerada concentração e reestruturação do mercado, representando a transição de uma fase marcada por operações localizadas, experimentais e pela indefinição regulamentar para outra oligopolista, nacionalmente integrada e articulada às estratégias globais do oligopólio mundial da TV segmentada. Brittos resume a situação do período anterior à constituição do oligopólio, de maneira muito feliz, como “um período de lançamento dos atores no mercado, sendo marcado por indefinição da estrutura produtiva, registrada em incerteza legal e falta de clareza dos caminhos tecnológicos”, o que dificultava o traçado de estratégias e, consequentemente, a entrada dos principais grupos, os quais, por outro lado, ao debutarem no setor, acabaram fazendo opções tecnológicas (MMDS e DBS com poucos canais) que seriam alteradas depois. “O resultado é que esse momento nem é considerado pela Associação Brasileira de Telecomunicações por Assinatura (ABTA), que não dispõe do número de assinantes nos cinco primeiros anos” (Brittos, 1999, p. 10 e seg.).
Os principais movimentos referentes ao período de 1995 a 1998, ou seja, à primeira fase de funcionamento do oligopólio, antes dos processos de concessão de novos canais, podem ser assim resumidos:
“O movimento de associação e maior presença do capital internacional no país ... prosseguiu ... A TVA ... em 1995 passou a ser propriedade também do Capital Cities/ABC, The Hearst Corporation e Falcon International Communications. No mesmo ano, a TVA uniu-se aos grupos Hughes Communication, Multivisión e Cisneros, formando o consórcio transnacional DirecTV, ... pioneiro na implantação de DTH no país, em 1996. Também em 1996, Globo, RBS, News Corporation, TCI e Televisa associaram-se para formar um segundo consórcio de DTH, o Sky, que só começou a operar no país em 1997 ... Em 1995 ... a TVA introduziu em Curitiba ... o pay per view ... [e em 1997 foram iniciados os] testes de transmissão de acesso à internet ... pela Net Sul ... [No mesmo ano] a Net adquiriu o controle da Multicanal, cuja marca foi extinta em 1998, e a Globosat atualizou a sua, passando a chamar-se Globosat Canais. Outro recurso utilizado a partir de 1997 são as várias opções de pacotes, alterando o preço conforme o número de canais” (Brittos, 1999, p. 12 e seg.).
Finalmente, em 1998, após a tentativa tumultuada de 1997, iniciou-se efetivamente o processo de novas concessões, que marca um novo período de desenvolvimento do mercado brasileiro de televisão segmentada.
Quadro 2
A - PROGRAMADORAS NACIONAIS
|
Canal Brasil |
|
|
Eurochannel |
|
TV |
|
|
S |
|
G |
Premiere |
|
|
Show Time |
|
F |
|
|
T |
Agrosat |
L |
SporTV |
|
T |
ESPN Internat. |
|
I |
Canal Adulto |
|
A |
Cinesex |
O |
Shoptime |
|
V |
ESPN Brasil |
|
L |
|
|
R |
Canal Médico |
B |
GNT |
|
A |
Supercanal |
|
M |
|
|
W |
Cinehouse 1 |
O |
USA |
|
|
Bravo Brasil |
|
E |
|
|
A |
Cinehouse 2 |
S |
Telecine |
|
|
CMT |
|
|
|
|
V |
|
A |
Multishow |
|
|
|
|
|
|
|
E |
|
T |
Globo News |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Futura |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
B - PROGRAMADORAS INTERNACIONAIS
T |
|
|
H |
|
|
F |
|
|
M |
|
U |
TNT |
|
B |
HBO |
|
O |
Fox |
|
G |
|
R |
CNN INTERNAT. |
|
O |
HBO 2 |
|
X |
Fox Kids |
|
M |
|
N |
CNN em Esp. |
|
B |
Cinemax |
|
|
|
|
B |
MGM Family |
E |
Cartoon Net. |
|
R |
E! Entertaiment |
|
|
|
|
R |
Casa Club |
R |
|
|
A |
Warner |
|
|
|
|
A |
MGM Gold |
|
|
|
S |
Sony |
|
M |
|
|
S |
|
|
|
|
I |
Mundo |
|
T |
MTV Brasil |
|
I |
|
|
|
|
L |
Teleuno |
|
V |
Nicklodeon |
|
L |
|
Existem
atualmente no Brasil duas grandes programadoras nacionais (Globosat e TVA
Programadora) e sete programadoras chamadas “independentes”, cinco das quais
(Fox, HBO Brasil, MTV Network, Turner, MGM Brasil) internacionais[1].
A maior parte das operadoras no Brasil
atualmente é afiliada ao sistema Net Brasil (cerca de 65%). Aproximadamente 29%
são ligadas à TVA Network e cerca de 6% são independentes, como mostra o gráfico 1. Na verdade, as
independentes ficam, de fato, atreladas às duas grandes, que possuem a quase
totalidade dos contratos com as operadoras locais. Assim, para ter acesso a
estas últimas e, portanto, ao público, normalmente as “independentes” são
obrigadas a passar por uma das duas grandes, fato que poderá modificar-se a
partir do atual processo de concessões para novos operadores locais, como se
verá a seguir.
Gráfico 1
Dados
extraídos do Anuário Pay-TV 1999
Completam
este panorama as operadoras de DTH. Além das duas que possuem pontos de venda
em todo o território nacional, DirecTV e Netsat (Sky), atuam no país as
seguintes: Tecsat, TVA Digisat (banda C), Rede Record, KTV, TV do Amazonas, DTC
(Rede Independência) e Rede Holms. O quadro
3 condensa as informações relativas à propriedade dos principais atores do
setor de TV segmentada no Brasil.
A complexidade
dos interesses e o grande número de agentes envolvidos não impede a existência
de uma concentração das operações do setor em alguns grupos de empresas, dois
dos quais amplamente hegemônicos. Essa concentração é ainda maior do que a
verificada na TV de massa, no interior da qual convivem cinco redes nacionais
privadas, duas públicas e algumas redes regionais (que chegam a atingir o
mercado nacional através justamente dos sistemas de cabo e das antenas
parabólicas) de menor porte, ainda que, neste caso, a concentração em torno da líder
indique uma estrutura mais hierarquizada do que na TV segmentada, onde não é
tão brutal a assimetria entre as duas maiores redes. Por outro lado, as novas
concessionárias de TV segmentada já se organizam numa associação, a NeoTV, que "cuidará de organizar uma espécie
de consórcio para aumentar o volume de compras e conseguir melhores preços com
os fornecedores internacionais" (Jornal do Brasil, 29/8/99).
Segundo
reportagem da Revista América Economia,
número 153 de 01/03/99, as empresas de TV paga no Brasil estariam diante de uma
crise de rentabilidade que poderia agravar-se com a entrada de eventuais
competidores internacionais, a partir dos atuais processos de novas concessões,
o que dificulta, por outro lado, o planejamento de longo prazo. Essas empresas não teriam adotado uma
estratégia coerente de expansão, gastando muito dinheiro com investimentos em
mais de uma tecnologia e deixando de lado o mais importante, o consumidor, com
o que não conseguiram superar a marca dos 7% de penetração, enquanto na
Argentina esse índice chega a 56% e, no México, a 14%.
Mas talvez essas projeções tenham sido algo apressadas. Se tomarmos , por exemplo, a penetração da TV segmentada, em comparação com o México e a Argentina, em termos de volume total de assinantes, veremos que o quadro é bem menos dramático do que aquele apresentado na referida matéria. A Gazeta Mercantil, por exemplo, apresenta números muito mais otimistas, ao afirmar que:
"O mercado brasileiro de televisão por assinatura conta com a
chegada de duas dezenas de novas operadoras e do valor agregado da Internet de
alta velocidade para crescer nos próximos anos e se recuperar das perdas em 97
e 98. Depois de assistir a uma evasão de 7% dos assinantes em 97 e manter-se
praticamente estagnada em 98, com um volume em torno de 2,6 milhões de
assinantes, o setor pretende fechar o ano com um crescimento de 10%, saltando
ao total de 2,9 milhões de domicílios. .... Foram praticamente dez anos sem a
outorga de novas licenças, o que limitou a oferta às duas grandes operadoras no
País, a pioneira TVA (do grupo Abril) e o sistema Net (Organizações Globo),
donas, até meados do ano, de mais de 90% do total de assinantes no
País."(G.M., 06/10/99).
A expectativa do mercado, segundo a Pay-TV Survey, citada na mesma reportagem, é de um crescimento de 2.623 assinantes, em 1998, para 2.913, em 1999, 3.801, em 2000 e 4.501, em 2001. No que se refere à receita total do setor, espera-se um crescimento, em 1999, de cerca de 10% em relação ao bilhão e meio de reais (equivalente a aproximadamente US$ 750 mil, em meados de outubro de 99) do ano anterior, e de 30% em 2000, acompanhando o aumento do número de assinantes. A Pay-TV de outubro de 99 calcula que os novos concessionários deverão construir, até o final de 2000, 4,3 mil Km de rede, em conformidade com o edital de licitação, que exige o atendimento de 20% dos domicílios da localidade em que a empresa venceu a licitação ao final do primeiro ano de operação, 30% no segundo ano, 50% no quinto, 70% no sétimo e 90% no nono.
Seja como for, é possível que a baixa penetração citada na reportagem da revista América Economia tenha a ver, além obviamente, do custo do modelo para o consumidor, que é o fator principal, com o fato de a programação ser basicamente importada, quando se sabe da preferência que o público brasileiro tem pelo produto audiovisual nacional. O dado que chama mais atenção, aliás, nos quadros apresentados, é o alto nível de internacionalização da TV segmentada no Brasil, o que contrasta radicalmente com a situação da TV de massa. Mas essa situação era mais do que previsível, dado o aumento da demanda por programas que a TV segmentada acarreta, ainda mais num mercado como o brasileiro, em que a produção é amplamente monopolizada pelas grandes redes, com um espaço historicamente muito reduzido para a produção independente.
Ademais, e isto é o fundamental, a própria lógica de introdução da TV segmentada pressupõe alianças estratégicas complexas, como as apresentadas no quadro 3, articulando os oligopólios nacionais com o oligopólio mundial do audiovisual. E mais: essas alianças são flexíveis e evoluem no tempo. O caso da Galaxy Latin América (GLA) é um bom exemplo disso.
Em 1998, o capital da GLA era detido pela Hughes (60%), o grupo mexicano Multivisión (10%), o venezuelano Cisneros (20%) e a TVA Satélite (10%), pertencente à TEVECAP (controlada pelo grupo Abril) e detentora de 100% da DirecTV . Já em novembro de 98, essa situação começa a alterar-se, com a aquisição da parte da Multivisión pela Hughes, que passou a deter, assim, 70% do capital da GLA. A revista Meio & Mensagem de 09/11/98 informava que a Multivisión cederia também à Hughes maior participação no Grupo Galaxy Mexicano (GGM), a plataforma da DirecTV no México.
Menos de um ano depois, em setembro de 1999, foi a vez da TVA Satélite vender os 10% de sua participação na GLA, juntamente com os seus 75% da Galaxy do Brasil, saindo do consórcio. Com isto, o Grupo Abril pode reduzir seu endividamento, concentrando sua atuação nas operações da TVA. A Gazeta Mercantil de 06/10/99 afirma que, com a venda de sua participação na DirecTV a dívida da empresa, de US$ 560 milhões, foi reduzida em mais de 60 %, incluindo amortizações. "Mas o sistema TVA, que detinha cerca de 29% do mercado brasileiro, recuou, a partir de julho, a 20% do total de domicílios com TV paga no País, incluindo as coligadas – 13 % sozinha." (Gazeta Mercantil – 06/10/99). A Hughes, po sua parte, ao lado do seu sócio venezuelano, reforça ainda mais sua posição na América Latina, região que disputa com a Sky, da News Corporation, Globo e Televisa.
No referente ao Brasil, a situação descrita no gráfico 1 acima se altera, conforme descrito no quadro 3.
Quadro 3
Distribuição das
Operadoras locais entre as Programadoras/Franqueadoras em 1999, após a reestruturação
da DirecTV.
PROGRAMADORA |
ASSINANTES (em milhões) |
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO (%) |
NET |
1,7 |
62 |
TVA(*) |
0,35 |
13 |
Direct
TV |
0,25 |
9 |
Outras |
0,40 |
16 |
Total |
2,7 |
100 |
(*) TVA
apenas. Incluindo as coligadas, a
participação chegaria a 20 %,ou seja, 0,54 milhões de assinantes.
Na edição de 24/05/99, em que noticiava a venda da participação da TEVECAP na GLA e na Galaxy Brasil, a revista Meio & Mensagem cita declaração de José Augusto Moreira, presidente da TVA, afirmando não haver motivos para a ANATEL apresentar objeções ao negócio, já que "a lei do cabo dtermina que o capital externo não pode ultrapassar 49% das ações da empresa. Mas isso não se aplica às operações por satélite e nem por MMDS". E, de fato, a edição de 26/07/99 da mesma revista dá conta de que "a agência autoriza a transferência do controle acionário para a multinacional, sem restrições". Em 02/08/99, a mesma revista lembra que "criada em junho de 1996, a DirecTV do Brasil é o primeiro serviço de entretenimento DTH em banda KU no país, mantendo operações em Portugal e na Argentina. Oferece atualmente 143 canais, entre vídeo, áudio e pay-per-view, para 226,5 mil assinantes". Tudo isso controlado agora, legalmente, em 100 % pelo capital estrangeiro.
Outra mudança que promete ter conseqüências importantes no setor (e que não figura no quadro 3) foi a entrada, em agosto de 99, da Microsoft no capital da Globocabo. Segundo a revista Pay-TV de setembro de 99, "além dos US$ 126 milhões que Bill Gates colocou na MSO para se tornar sócio em até 11%, a chamada de capital que será feita aos demais acionistas deve trazer mais dinheiro para a companhia". O acordo assinado prevê ainda a possibilidade de, nos próximos dois anos, a Microsoft realizar novos aportes de capital, conforme afirmou Mauro Not, diretor geral da empresa no Brasil, à Gazeta Mercantil de 18/8/99, que fala também da existência de negociações para a entrada de novos parceiros, entre os quais uma instituição financeira e uma operadora de telecomunicações.
No número a pouco citado da Pay-TV, falava-se do BNDESPar, o que não seria de se estranhar, tendo em vista que, segundo afirmou Moysés Pluciennik, diretor geral da Globocabo e principal executivo das Organizações Globo na área de telecomunicações, "estamos desenvolvendo uma operação de reforma da estrutura financeira da Globocabo, com apoio do BNDES" (G.M., 18/9/99). Já em outubro, a revista dava conta de que circulavam no mercado boatos a respeito do Bradesco, velho parceiro, como sabemos, da Globo em outros empreendimentos e que já detém 33% do capital votante da Globocabo.
No setor de telecomunicações, a Gazeta Mercantil falava em boatos sobre a AT&T que, como também sabemos, tem atuado em parceria com a Globo no mercado de telecomunicações (sem grande sucesso até o momento, diga-se de passagem), desde 1995 (Bolaño, 1997). Ademais, "recentemente a Microsoft investiu US$ 6 bilhões na área de televisão por assinatura junto com a operadora. Além disso, a AT&T tem foco no Brasil no usuário corporativo, mais um segmento que a parceria Globocabo e Microsoft quer conquistar" (G. M., 18/8/99).
A Pay-TV de setembro informa ainda que, "ao mesmo tempo, espera-se a incorporação da Unicabo, a exemplo do que houve com a Multicanal no final de 97. A Globo Cabo não comenta este movimento, que também não tem confirmação oficial junto à família Coutinho Nogueira, sócia da MSO em 50%. Em todos os casos, contudo, os executivos da empresa asseguram que a principal meta é a capitalização da Globo Cabo S. A. para investimentos e não para eliminação de dívidas", ao contrário do que ocorreu com os movimentos mais recentes da Abril, como vimos.
O que está por trás das articulações da Globo, que venho de citar são os preparativos para a exploração dos novos mercados da convergência. A Gazeta Mercantil, referindo-se ao Regulamento de Serviço de Valor Adicionado (SVA) sobre redes de telecomunicações por assinatura, que está em consulta pública desde o dia 3 de setembro de 99, e pode ser lido no site da Anatel,[2] colocava a questão resumidamente nos seguintes termos:
"outra novidade que movimenta o mercado de TV paga é a possibilidade de adicionar valor às redes de cabo, com a oferta de transmissão de dados, a ser regulamentada pela Anatel no início de novembro. As novas regras vão permitir às operadoras de cabo e MMDS usar seus canais para ofertar a chamada 'banda larga' da internet, que permite receber dados em velocidade até cem vezes maior do que a da linha telefônica" (G. M., 6/10/99).
Espera-se que esse mercado venha a representar, nos próximos três anos, 10% do total de assinantes da internet no país (G. M., 5/10/99). Na verdade, a TVA e a Image TV (aliada à CTBC Telecom) já oferecem serviços de internet unidirecional via cabo, o que não é proibido pela legislação em vigor. A Globo, por sua vez, já está realizando experiência em Sorocaba (projeto Virtua), com tecnologia bidirecional.[3] A associação com a Microsoft visa justamente reforçar esse projeto, em que o usuário conecta o seu PC na rede de cabos por R$ 96,00 (aproximadamente US$ 35,00 em meados de outubro de 99), para acessar a internet, liberando alinha telefônica (se quiser a TV paga, terá que fazer assinatura em separado). O acordo prevê ainda, outras ações, como soluções para navegar na web por meio da tela de TV, ou a unificação do portal da segunda, o MSN, que já oferece o Hotmail, com o da nova empresa das Organizações Globo, a Globo.com Ltda.
Esse projeto de unificação, segundo a Gazeta Mercantil, poderia, no longo prazo, criar dificuldades para as concorrentes Yahoo!, que já opera no país desde o primeiro semestre de 99, e AOL, esta última, a maior provedora de acesso do mundo, que "já mantém um site em português, mas só deve iniciar a oferta do serviço no final do ano" (G. M., 18/8/99). O diretor geral do Yahoo! no Brasil, Francisco Loureiro, adianta-se, afirmando: "o Yahoo! é um site independente, que não tem conteúdo próprio. Todo o conteúdo é dos parceiros, o que abre a possibilidade de uma aliança com a Globo/Microsoft". Segundo o jornal, "a questão é a divisão do incipiente bolo publicitário da web ... [que] corresponde a apenas 1% da publicidade no Brasil, o equivalente a US$ 80 milhões" (idem).
Mas o fato é que o próprio mercado de provedores de acesso à internet (ISP) está sendo alvo de disputa que envolve os maiores capitais internacionais do setor, que era 100% nacional até junho de 1998, quando a companhia argentina de telecomunicações Impsat Corp. adquiriu uma participação majoritária na Mandic, a terceira do ranking nacional. No início de 1999, a American Online (AOL), maior ISP do mundo, aliava-se ao grupo Cisneros, visando o mercado latino-americano, mas tendo o Brasil como ponto de partida. Em agosto, quando foi anunciada a aliança entre Globo e Microsoft, a Impsat vendeu sua participação ma Mandic para El Sitio International Corporation, provedora de serviços e conteúdos emportuguês e espanhol para a América Latina, enquanto a Starmedia Network Incorporation, provedora de conteúdos e serviços de chat e e-mail, anunciava, em primekiro de setembro, sua conversão em provedora de acesso à internet, também para a América Latina, mas começando pelo Brasil, em associação (sem exclusividade) com a AT&T Global Network Services (América Economia, 23/9/99).
Em junho, a Telefónica Interactiva S.A. havia adquirido 51% da Nutec Corp., provedora de ZAZ, o segundo maior ISP do país, em aliança com a RBS, e em maio, as americanas PSINet Inc. e Via Internet entraram no mercado brasileiro de provedores de acesso a clientes corporativos, aprimeira adquirindo STI, Openlink e Horizontes e, a segunda, Dialdata. Permanece 100% nacional a Universo Online (UOL), primeira do ranking, uma associação dos grupos Abril e Folha de São Paulo. Segundo a revista América Economia, a estratégia da UOL é a de abrir o seu capital nos EUA ainda este ano, qualificando-se para disputar ela também o mercado latino-americano, a partir da liderança, até agora tranquila, que tem no Brasil (400 mil assinantes contra 190 mil da ZAZ e 92 mil da Mandic). Mas seria preciso saber qual será exatametne a estratégia do grupo Abril no setor, uma vez aprovado o Regulamento dos serviços de Valor Adicionado, que impulsionará o projeto @jato, da TVA, o ocncorrente mais direto do Virtua, da aliança Globo-Microsoft. Sobre essa disputa, em particular, afirma a reportagem:
“Ainda que a TVA tenha partido primeiro, a aliança Globo-Microsoft tem outras vantagens. De início, sua rede de cabo é mais extensa [23 mil Km] ... do que a da sua rival [3 mil], dando-lhe um maior universo de clientes potenciais. Ademais, para o final deste ano já terá investido US$ 200 milhões na modernização da sua rede. Outra vantagem é que pretende usar tecnologia da Microsoft para abrir-se a um novo segmento de clientes: os que não têm computador. Com os decodificadores da WebTV, filial do gigante estadounidense da informática, esse ISP poderia oferecer acesso à internet através dos televisores. Isso é especialmente importante em um país como o Brasil, onde 40 milhões de lares têm televisores, quase o dobro das casas com linhas telefônicas, sem falar da comparação entre a penetração do televisor e do PC no país” (América Economia, 23/9/99).
Mas o consórcio ZAZ-Telefónica também tem seus trunfos: a grande extensão atual da rede telefônica em relação à de cabo e seu melhor aproveitamento para acesso rápido à internet via ISDN ou a nova DSL, anunciada pela Telefónica, ou ainda a utilização de conexões wireless. Claro que a expansão das MSOs, com os processos de licitação em curso, abre também possibilidades novas de alianças para as ISPs como a UOL, por exemplo, que, em setembro, já anunciava, segundo a mesma revista, uma aliança com RedeTV.
Vivemos, portanto, como se pode
observar, um processo de grande ebulição no mercado de televisão segmentada no
país e no conjunto dos sistemas de comunicação, em função, em grande medida,
dos desenvolvimentos tecnológicos atuais nas áreas de informática e
telecomunicações e as perspectivas de convergência econômica que vêm
acarretando. Nessas condições, em que a própria TV de massa se vê afetada
(vide, por exemplo, Bolaño, 1998), a questão da regulamentação torna-se
crucial, pois ela define as barreiras
institucionais ligadas, por exemplo, ao lugar dado ao capital estrangeiro, às
possibilidades de integração vertical e horizontal ou de concentração
multimídia etc.
Com a
reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil, a partir da promulgação
da Lei Geral de Telecomunicações, em 17/7/97, que abriu o caminho para a
fragmentação e privatização da Telebrás, rompeu-se a unidade que havia no
Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), de 1962, o qual regulava ao mesmo
tempo os serviços de radiodifusão e telecomunicações (vide Bolaño, 1998, Bolaño
e Massae, 1999). Essa situação foi apresentada, à época, pelo governo, como
transitória e anunciava-se, ainda para 1998, uma Lei da Comunicação Eletrônica
de Massa, cujo anteprojeto, hoje na sua quinta versão, permaneceu durante dois
longos anos circulando sigilosamente pelos meandros do Ministério das
Comunicações.
Em
setembro de 99, Daniel Herz, coordenador do Fórum Nacional pela Democratização
das Comunicações, divulgou essa quinta versão no site acesso.com, do qual é
editor, visando "derrubar a cortina
de silêncio criada pelo ministério em torno da elaboração dessa lei e para
contribuir com o verdadeiro debate público" (Folha de São Paulo,
21/09/99). Pouco depois, o Ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, que
assumiu a pasta em janeiro, e o seu assessor, Laerte Rímoli, reconheceram que o
processo de encaminhamento do projeto está estagnado e prometem amplo debate,
com consultas públicas, para sua agilização.
Não
obstante o "fortalecimento extremo do Poder Executivo" que Daniel
Herz detecta no projeto, este, ao promover uma grande concentração de
atribuições na Anatel (da concessão às tarifas), esvazia em boa medida os
poderes do Ministério., de modo que, como afirmou Murilo Ramos, conhecido
estudioso da matéria, "a
radiodifusão sai da alçada do Executivo e passa para uma agenda
independente" (Folha de São Paulo, 21/09/99).
No que nos interessa mais de perto, o anteprojeto prevê
dispositivos anti-monopólio, como a proibição da propriedade cruzada de TV
aberta e a cabo numa mesma localidade, ou a proibição de uma cobertura nacional
superior aos 30% dos domicílios com TV, ou ainda exigências referentes à
regionalização da produção que, se aprovadas, deverão promover uma
desconcentração efetiva do setor, ferindo poderosos (e óbvios) interesses
constituídos. Segundo Herz, porém, com a mudança no Ministério após o
falecimento do Ministro Sérgio Motta, a linha de elaboração sofreu uma guinada,
mostrando-se muito mais permeável às posições do empresariado." (Folha de
São Paulo, 21/09/99).
Não
pretendo aqui entrar na discussão dos detalhes da proposta, mesmo porque, como
se pode deduzir do exposto, o processo de tramitação da mesma, que sequer foi
encaminhada ainda ao Congresso Nacional, será longo e o texto deverá ser ainda
modificado mais de uma vez, de acordo com os embates políticos que hão de vir.
Melhor será resumir as posições defendidas recentemente pelo presidente da
Anatel, Renato Guerreiro, anunciando a proposta da agência de novas regras para
o setor. Guerreiro promete encaminhar a proposta para consulta pública no dia
1/11/99 e a publicação do novo regulamento no dia 20/12/99, conforme noticiou a
revista Pay-TV de outubro de 1999, que publica uma entrevista exclusiva com o
presidente da Anatel, na qual este expõe os princípios gerais da proposta.
Segue um apanhado do que considero o fundamental da sua fala.
"A infra-estrutura que está sendo
construída para os serviços de TV por assinatura tem muito mais qualidade do
que as redes de telefonia e constituirá necessariamente o suporte para ... uma
rede profissional de telecomunicações, a hipernet. As redes de TV paga serão o
embrião do que será a hipernet ... A regulamentação deve se focar no serviço,
sob o ponto de vista do usuário ... não deve estar pautada ou baseada na
tecnologia. Para o usuário tem que estar claro o serviço, os padrões de
qualidade e fica sob a responsabilidade e decisão do prestador a escolha da
tecnologia mais conveniente ... A nossa visão portanto é que o serviço seja
desacoplado da tecnologia e das faixas do espectro. É por isso que estamos
tratando os serviços como serviços de televisão por assinatura, independente de
ser feito por cabo, por microondas ou por satélite ... O primeiro passo é
tirarmos da regulamentação brasileira todos os aspectos tecnológicos e de maios
que são utilizados para a prestação dos serviços ... A regulamentação se
extinguirá na medida em que haja alternativas para a obtenção do serviço. Há
determinados segmentos de telecomunicações que não podem prescindir de
regulamentação, que são aqueles em que há uso do espectro, mas mesmo nestes
casos será o mínimo necessário. O espectro, em princípio, tem que ser
compartilhado e só será dedicado a um serviço quando houver absoluta
impossibilidade de compartilhar aquela faixa ...Temos que definir as
utilizações primárias do espectro, mas sempre que houver a capacidade de
potencializar o uso, isso precisa ser feito ... A missão dos órgãos reguladores
no futuro não vai ser a regulamentação dos serviços em si porque eles vão ser
de tal forma abundantes e diversificados que a regulamentação só virá como um
malefício para o desenvolvimento ... O grande elemento de regulamentação no
futuro será fazer com que as redes se tornem redes públicas, no sentido de
estarem disponíveis para tantos quantos queiram fazer uso delas ... É uma
mudança tão grandiosa e desconhecida que apavora ... sobretudo investidores que
estão gastando dinheiro para construir esta hiper-rede" (Pay-TV, outubro
de 1999)
As
implicações práticas dessa nova perspectiva traduzem-se em medidas tendentes a
permitir a hibridação de tecnologias em TV paga, no compartilhamento das
infraestruturas, inclusive e na pressão para a colaboração entre os
fornecedeores de infraestruturas concorrentes. Uma questão interessante é
aquela dos conflitos entre a Lei da TV a Cabo e a Lei Geral das
Telecomunicações, remetendo para o problema da Lei de Comunicação de Massa de
que falei há pouco:
"Temos que nos ater a
uma legislação, no caso da TV a cabo, e temos que cumpri-la. O que estamos
fazendo uma regulamentação que incorpore todos estes conceitos e que não entre
em conflito com a Lei da TV a Cabo ... A idéia é que ela fosse substituída pela
Lei de Comunicação Eletrônica de Massa" (idem)
Falando
sobre a regulamentação da programação, Guerreiro menciona mais explicitamente a
Lei da Comunicação de Massa:
"A programação constitui o elemento de
diferenciação da competição e uma desconsideração deste fato pode levar à
criação de monopólios na prestação de serviços, inibir o desenvolvimento de
alternativas de prestadores de serviço para a sociedade. Isso vem com a
restrição da possibilidade de aquisição de determinados programas por
prestadores de menor capacidade econômica, diante de exigências de grandes
programadores, de determinadas características de contratos de venda, como a
exclusividade. Nós não temos na Anatel, até por força de lei, uma capacidade de
atuação e liderança de um processo regulamentar a esse respeito. É um tema que
está muito ligado ao que nós imaginamos como ponto fulcral da Lei de
Comunicação de Massa" (idem).
Finalmente,
sobre os processos de fusões e concentrações em curso e que tendem a aumentar,
o presidente da Anatel. Considera que se trata de um processo natural, previsto
na concepção do modelo brasileiro de reestruturação das comunicações e
"até desejável, para que o país não fique numa situação de desvantagem sob
o ponto de vista de capacidade empresarial de competir" (idem).
BOLAÑO, C.R.S. (1995); Sobre a Convergência Audiovisual–Telecomunicações, Cadernos UFS – Comunicação, no 2/3, Aracaju.
BOLAÑO, C. R. S. (1997); A Rede Globo, a TV generalista de massa e os novos mercados da comunicação no Brasil. Revista Tendências, setembro no 2, Lisboa.
_______________ (1998); Economia Política da Televisão Brasileira: segmentação e massificação, in Andion, M. C. e Kunsch, M. M. C.(1999), “Comunicación Audiovisual: Investigación e Formación Universitarias”. Anais do II Colóquio Brasil – Estado Espanhol de Ciências da Comunicação.
_______________ (1998); A Reforma das Telecomunicações no Governo FHC, in Universidade e Sociedade, VIII (15), Andes, São Paulo.
BOLAÑO, C.R.S. e MASSAE, F (1999); O novo panorama das Telecomunicações no Brasil, in Revista Eptic On-line I (1), www.eptic.he.com.br
BOLAÑO, C.R.S. e MENDONÇA; A.P.A (1999); A TV segmentada no Brasil: modelo de análise e situação atual. CD-rom do XXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, INTERCOM, São Paulo.
BRITTOS, V. C. (1998); A televisão no Brasil hoje: a fase da multiplicidade da oferta, CD-Rom do XXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, INTERCOM, São Paulo.
______________ (1999); A oligopolização do mercado brasileiro de televisão por assinatura, CD-Rom do XXII Congresso Brasileirode Ciências da Comunicação, INTERCOM, São Paulo.
DUARTE, L. G. (1996); É pagar para ver: a TV por assinatura em foco, Summus, São Paulo.
Anuário Pay-TV 1999. Editora Glasberg, São Paulo.
Revista Pay-TV: agosto, setembro e outubro de 1999, São Paulo
Revista América Economia, n0 153, de 01/03/99, São Paulo.
Revista América Economia, 23/9/99 (edição em espanhol).
Revista Meio e Mensagem: 24/05/99, 26/07/99, 02/08/99.
Gazeta Mercantil: 05/10/99, 06/10/99, 18/08/99.
Jornal do Brasil: 29/08/99.
Folha de São Paulo: 21/09/99.
ENDEREÇOS WEB CONSULTADOS
www.globosat.com.br/institu.htm
ANEXO
O QUADRO ATUAL
DAS OPERAÇÕES DE TV PAGA NO BRASIL
SÃO PAULO
Operadora
|
MSO
|
Sistema
|
Assis
|
TVC |
Cabo em operação |
Americana |
Horizon |
Cabo a operar |
Araçatuba |
Horizon |
Cabo a operar |
Barueri |
TV Alphaville |
Cabo em operação |
Bauru |
Globocabo |
Cabo em operação |
Bauru |
TV Filme |
MMDS a operar |
Bebedouro |
Relay |
MMDS a operar |
Bertioga |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Bragança Paulista |
Horizon |
Cabo a operar |
Caçapava |
Horizon |
Cabo a operar |
Campinas |
Globocabo |
Cabo em operação |
Carapicuíba |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Catanduva |
NET Catanduva |
Cabo em operação |
Cubatão |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Franca |
Globocabo |
Cabo em operação |
Franca |
TV Filme |
MMDS a operar |
Guarujá |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Guarujá |
Powerlice |
Cabo a operar |
Guarulhos |
Canbras |
Cabo a operar |
Indaiatuba |
Globocabo |
Cabo em operação |
Itapetinga |
Horizon |
Cabo a operar |
Jundiaí |
Globocabo |
Cabo em operação |
Jundiaí |
Powerlice |
Cabo a operar |
Limeira |
Horizon |
Cabo a operar |
Lins |
Rádio Sabiá |
MMDS a operar |
Marília |
TVC |
Cabo em operação |
Marília |
Powerlice |
Cabo a operar |
Mogi da Cruzes |
TVC |
Cabo em operação |
Mogi-Guaçu |
Horizon |
Cabo a operar |
Osasco |
Adatel |
Cabo a operar |
Peruíbe |
TV a Cabo São Paulo |
MMDS a operar |
Piracicaba |
Globocabo |
Cabo em operação |
Praia Grande |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Pres. Prudente |
TVC |
Cabo em operação |
Pres. Prudente |
TV Filme |
MMDS a operar |
Pres. Venceslau |
TVC |
Cabo em operação |
Ribeirão Preto |
Globocabo |
Cabo em operação |
Ribeirão Preto |
Sunrise |
MMDS a operar |
Rio Claro |
Horizon |
Cabo a operar |
S. B. Do Campo |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
S. Carlos |
Globocabo |
Cabo em operação |
S. J. do Rio Preto |
Globocabo |
Cabo em operação |
S. J. do Rio Preto |
Sunrise |
MMDS a operar |
S. Paulo |
TVA |
Cabo em operação |
S. Paulo |
Globocabo |
Cabo em operação |
S. Paulo |
TVA |
MMDS a operar |
S. Vicente |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Sta.B. Dóeste |
Horizon |
Cabo a operar |
Santos |
Globocabo |
Cabo em operação |
S. Caetano do Sul |
TV Eucalipto |
Cabo a operar |
S. J. dos Campos |
Canbra |
Cabo a operar |
Sorocaba |
Globocabo |
Cabo em operação |
Sta. Branca |
Canbras TVA |
Cabo em operação |
Sto. Agostinho |
TVC |
Cabo em operação |
Sto. André |
Canbrás TVA |
Cabo em operação |
Sumaré |
Horizon |
Cabo a operar |
Taubaté |
Horizon |
Cabo a operar |
RIO DE JANEIRO
Operadora
|
MSO
|
Sistema
|
Rio de Janeiro |
Globocabo |
Cabo em operação |
Rio de Janeiro |
TVA |
MMDS em operação |
Barra Mansa |
Horizon |
Cabo a operar |
Resende |
Horizon |
Cabo a operar |
Campos |
Adelphia Brasil |
Cabo a operar |
Campos |
Acom |
MMDS a operar |
Macaé |
Adelphia Brasil |
Cabo a operar |
Niterói |
TV Cidade |
Cabo a operar |
São Gonçalo |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Volta Redonda |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Volta Redonda |
Acom |
MMDS a operar |
Operadora
|
MSO
|
Sistema
|
Araguari
|
Image TV
|
Cabo em operação
|
Barbacena
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Belo Horizonte
|
Globocabo
|
Cabo em operação
|
Belo Horizonte
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Caratinga
|
Super Cabo
|
Cabo em operação
|
Cons. Lafaiete
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Contagem
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Ipatinga
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Ipatinga
|
Acom
|
MMDS a operar
|
Ituiutaba
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Gov. Valadares
|
Ibituruna TV
|
MMDS a operar
|
Juiz de Fora
|
TV Cidade
|
Cabo a operar
|
Patos de Minas
|
Centro-Minas
|
Cabo a operar
|
Patrocínio
|
Itapema
|
MMDS a operar
|
Poços de Caldas
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Rib. das Neves
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Sete Lagoas
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Teófilo Otoni
|
Adelphia Brasil
|
Cabo a operar
|
Uberaba
|
TV Filme
|
MMDS a operar
|
Uberlândia
|
Brasil Telecom
|
Cabo a operar
|
Uberlândia
|
Image TV
|
Cabo em operação
|
Varginha
|
Adelphia Brasil
|
Cabo a operar
|
ESPÍRITO SANTO
Operadora
|
MSO
|
Sistema
|
Cachoeiro do
Itapemirin
|
Adelphia Brasil
|
Cabo a operar |
Cariacica |
Adelphia Brasil |
Cabo a operar |
Colatina |
Ibituruna TV |
MMDS a operar |
São Mateus |
Ibituruna TV |
MMDS a operar |
Serra |
Adelphia Brasil |
Cabo a operar |
Vitória |
NET TVX |
Cabo em operação |
RIO GRANDE DO SUL
Operadora
|
MSO |
Sistema |
Alvorada |
Adelphia Brasil |
Cabo a operar |
Bagé |
NET Sul |
Cabo em operação |
Bento Gonçalves |
NET Sul |
Cabo em operação |
Capão da Canoa |
NET Sul |
Cabo em operação |
Caxias do Sul |
NET Sul |
Cabo em operação |
Cruz Alta |
NET Sul |
Cabo em operação |
Erechim |
NET Sul |
Cabo em operação |
Farroupilha |
NET Sul |
Cabo em operação |
Gravataí |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Lageado |
NET Sul |
Cabo em operação |
Novo Hamburgo |
NET Sul |
Cabo em operação |
Passo Fundo |
NET Sul |
Cabo em operação |
Pelotas |
NET Sul |
Cabo em operação |
Pelotas |
Adelphia |
Cabo em operação |
Porto Alegre |
NET Sul |
Cabo em operação |
Porto Alegre |
NET Sul |
MMDS em operação |
Porto Alegre |
TVA |
MMDS em operação |
Rio Grande |
NET Sul |
Cabo em operação |
Rio Grande |
Adelphia |
Cabo em operação |
Sta. Cruz do Sul |
NET Sul |
Cabo em operação |
Sta. Maria |
NET Sul |
Cabo em operação |
Sta. Maria |
JMT |
MMDS a operar |
Uruguaiana |
NET Sul |
Cabo em operação |
Viamão |
TV Cidade |
Cabo a operar |
PARANÁ
Operadora |
MSO |
Sistema |
Arapongas |
NET Sul |
Cabo em operação |
Cambé |
SVC |
Cabo em operação |
Campo Mourão |
The World |
Cabo em operação |
Curitiba |
TVA Sul |
Cabo em operação |
Curitiba |
NET Sul |
Cabo em operação |
Curitiba |
NET Sul |
MMDS em operação |
Curitiba |
TVA Sul |
MMDS em operação |
Foz do Iguaçu |
TVA Sul |
Cabo em operação |
Guarapuava |
VTV |
Cabo em operação |
Guarapuava |
Guarapuava-Sat |
MMDS a operar |
Londrina |
Inepar |
Cabo em operação |
Maringá |
NET Sul |
Cabo em operação |
Maringá |
Sercomtel |
MMDS a operar |
Umuarama |
NET Sul |
Cabo em operação |
Cascavel |
Adatel |
Cabo a operar |
Ponta Grossa |
Canbras |
Cabo em operação |
SANTA CATARINA
Operadora
|
MSO
|
Sistema
|
Blumenau
|
BTV
|
Cabo em operação
|
Blumenau
|
TVA Sul
|
Cabo em operação
|
Blumenau
|
NET Sul
|
Cabo em operação
|
Brusque
|
Adelphia Brasil
|
Cabo a operar
|
Brusque
|
MMDSC
|
MMDS a operar
|
Chapecó
|
Transcabo
|
Cabo em operação
|
Chapecó
|
NET Sul
|
Cabo em operação
|
Concórdia
|
Transcabo
|
Cabo em operação
|
Criciúma
|
NET Sul
|
Cabo em operação
|
Criciúma
|
MMDSC
|
MMDS a operar
|
Florianópolis
|
TVA Sul
|
Cabo em operação
|
Florianópolis
|
NET Sul
|
Cabo em operação
|
Florianópolis
|
MMDSC
|
MMDS a operar
|
Itajaí
|
Adelphia Brasil
|
Cabo a operar
|
Itajaí
|
MMDSC
|
MMDS a operar
|
Jaraguá do Sul
|
Transcabo
|
Cabo em operação
|
Joaçaba
|
Transcabo
|
Cabo em operação
|
Joinville
|
NET Sul
|
Cabo em operação
|
Joinville
|
MMDSC
|
MMDS a operar
|
Lages
|
Transcabo
|
Cabo em operação
|
Lages
|
MMDSC
|
MMDS em operação
|
Rio do Sul
|
Cabovisão
|
Cabo em operação
|
São José
|
Adatel
|
Cabo a operar
|
Camboriú
|
TVA Sul
|
Cabo em operação
|
ALAGOAS
Operadora
|
MSO |
Sistema |
Arapiraca |
Powerlice |
Cabo a operar |
Maceió |
614 TVT Maceió |
Cabo a operar |
Maceió |
Acom |
MMDS a operar |
BAHIA
Operadora |
MSO |
Sistema |
Feira de Santana |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Feira de Santana |
Bahiasat |
MMDS a operar |
Itabuna |
Bahiasat |
MMDS a operar |
Jequié |
KER |
MMDS a operar |
Salvador |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Salvador |
Bahiasat |
MMDS a operar |
Vit. da Conquista |
Bahiasat |
MMDS a operar |
CEARÁ
Operadora |
MSO |
Sistema |
Fortaleza
|
RTC |
Cabo em operação |
Fortaleza |
TVSHOW |
MMDS em operação |
Maracanaú |
Powerlice |
Cabo a operar |
Juaz. do Norte |
Jangadeiro |
MMDS a operar |
Maranhão
Operadora |
MSO |
Sistema |
São Luís |
Acom |
MMDS a operar |
Timon |
Powerlice |
Cabo a operar |
PIAUÍ
Operadora |
MSO |
Sistema |
Parnaíba |
Powerlice |
Cabo a operar |
Teresina |
Acom |
MMDS a operar |
PERNAMBUCO
Operadora |
MSO |
Sistema |
Caruaru |
TV Filme |
MMDS a operar |
Jab. dos Guararapes |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Paulista |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Petrolina |
Rajada |
Cabo a operar |
Petrolina |
Bahiasat |
MMDS a operar |
Recife |
Diários |
Cabo a operar |
Recife |
NET Recife |
MMDS em operação |
PARAÍBA
Operadora |
MSO |
Sistema |
Campina Grande |
TV Manacá |
Cabo a operar |
Campina Grande |
TV Filme |
MMDS em operação |
João Pessoa |
614 TVP João |
Cabo a operar |
João Pessoa |
Acom |
MMDS a operar |
RIO GRANDE DO NORTE
Operadora |
MSO |
Sistema |
Natal |
J P O |
Cabo a operar |
Natal |
Acom |
MMDS a operar |
SERGIPE
Operadora
|
MSO |
Sistema |
Aracaju |
TV Cidade |
Cabo a operar |
Aracaju |
Teleserv |
MMDS a operar |
TOCANTINS
Operadora |
MSO |
Sistema |
Palmas |
Powerlice |
Cabo a operar |
ACRE
Operadora |
MSO |
Sistema |
Rio Branco
|
Powerlice
|
Cabo a operar
|
AMAPÁ
Operadora
|
MSO |
Sistema |
Macapá |
Powerlice |
Cabo a operar
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AMAZONAS
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MSO |
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Horizon |
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DISTRITO FEDERAL
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GOIÁS
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MATO GROSSO DO SUL
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Campo Grande |
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Dourados |
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PARÁ
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Belém |
ORM Cabo |
Cabo a operar |
Belém |
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Santarém |
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MMDS a operar |
[1] As outras duas programadoras independentes nacionais são a TV Filme Programadora, detentora do Canal Adulto, e também operadora do sistema MMDS em Brasília e em Goiânia e a Starwave Programadora (Agrosat, Cinesex, Canal Médico, Cinehouse 1 e 2), uma parceria entre a Starvision (distribuidora de filmes e programas para cinema, vídeo e televisão) e a operadora de DTH Tecsat.
[2] Vide também a Pay-TV de setembro de 99 (p.
10 a 12) No mesmo número há uma reportagem sobre o avanço da publicidade na TV
paga (p. 26 a 30), que nos levaria a discutir a problemática da TV de massa,
caso houvesse espaço aqui para tanto.
[3] A esse respeito, o seu diretor de inovação, Arthur Steiner, afirma a existência da "possibilidade de que cada usuário se torne um provedor de conteúdo. Por exemplo, os assinantes poderiam deixar os eu computador pessoal ligado e transformá-lo em um servidor, com o conteúdo que quisessem" (Pay-TV, agosto de 1999), fazendo votos, ele próprio, de que "as preocupações com a privacidade na rede impeçam este tipo de ação "que, no limite, como afirmam os autores da reportagem, "cria até a possibilidade de concorrência com a MSO, já que por tecnologias de video-streaming cada usuário pode desenvolver um canal de programação". Isso não impede que, numa crítica implícita às concorrentes, Moysés Pluciennik afirme: "não queremos utilizar qualquer tipo de serviço em que o assinante precise da linha telefônica aliada ao sistema de cabos. Essa tecnologia vai morrer em breve". Foi por isso que a Globo firmou "uma parceria com a Cable Labs, um consórcio internacional que trabalha no desenvolvimento do 'cable modem', que permite o tráfego do sinal de forma bidirecional no cabo" (G. M., 18/8/99).